sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A CHUVA LAVA A ALMA DA TERRA, SÓ NÃO LAVA O LIXO NOSSO DE CADA DIA.

Virou rotina esperar pela chuva no final de tarde.
Chega de mansinho, colorindo primeiro o céu de negro.
Compacta, mete medo. Num curto espaço de tempo lava tudo. Depois se vai deixando pingos, enxurradas, enchentes e tragédias.
Há um denominador no céu que reúne as nuvens e a faz derreter em cima de locais diferentes a cada final do dia.
Depois do temporal, o ar fica mais respirável, as plantas agradecem e as imagens chocam.
Montanhas de lixo boiando como se a cidade o cultivasse.
Admito: somos nós os donos disso tudo. Temos facilidade de colocar fora o que não serve mais. Não fomos educados para selecioná-los. Numa total falta de critério, nem nos damos conta das montanhas de coisas tóxicas que oferecemos de presente para a nossa cidade.
Quantas novidades numa enchente! Somos criativos para o quesito “Jogar fora sem olhar o quê”.
Mas há algo que sobressai numa enxurrada: as garrafas Pet. São tantas que colorem a água barrenta de verde. Amontoam-se nos cantos formando uma plataforma móvel que vai de um lado para o outro de acordo com a fúria do vento.
Fico envergonhada com tamanha inconsciência nossa.
Apelo então para as crianças. Serão os futuros guardiões do Planeta se educar para isso. Precisam saber que fomos levianos no relacionamento com a Terra e que precisamos delas. Que juntem suas forças e a usem para ver, sentir e entender tudo que está acontecendo, depois de nossa indiferença.
Nós não a respeitamos como ser vivo, que eles saibam disso e mudem o rumo de tudo.
Não ficamos doentes quando entramos em contato com toxidades? Com a Terra é igual: dói em nós, dói nela.
Crianças são “Formiguinhas Ecológicas”, basta direcionar seus corações e suas metas para o amor antes de fazer delas aleluias errantes que procuram lugares para procriar e competir, nada mais.
Ensiná-las reciclar sem serem eco-chatas. Que no currículo de suas vidas a generosidade seja o carro chefe.
No cultivo do amor a si mesmo explodirá a afetividade com o Planeta. Só assim os pequenos, fortalecidos, mudarão o que hoje parece impossível.

Crianças são novidadeiras!







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